Poema pr´agente
Neste mês encerraram-se as atividades da Ecodata junto ao Programa Básico Ambiental (PBA) de Educação Ambiental da Corumbá Concessões S.A.
Pessoas fundamentais neste processo, os agentes ambientais da Ecodata são responsáveis pelos bons frutos colhidos ao longo deste trabalho.
Este poema é de autoria da agente ambiental do município de Alexânia/GO, Mariana Bulhões.
Uma homenagem a todos que contribuíram com a informação, a técnica e a prática ambiental junto às comunidades de cada município atendido pelo Programa.
Agentes no meio da gente… Em todo lugar tem um agente.
Somos ambientais, somos agentes, somos gente.
Mapeamos o solo, nos perdemos e nos achamos nos caminhos de chão, porteiras fechadas, corações abertos, mãos calejadas, pés rachados, olhar sem visão, encontramos pouco verde e muita gente boa nesse Cerradão.
Gente quieta, envergonhada, gente sábia. Gente risonha, gente que trabalha, gente que espera e que não fala, só reclama. Gente que sabe e que sente saudade… De outro tempo, outra vida, da roça, dos pousos, da catira, do tear, das bençãos, do divino…
O verde, a água o canto dos pássaros, o cheiro de café e longas conversas.
Dali se colhia o problema e a solução. Fluindo no curso do rio, inventando saídas com a imaginação, anotando tudo e a pressa num tinha não… Era prosa pra mais um dia, semanas, meses, anos… É trabalho pra longa duração…
Aprendemos, ensinamos… Mobilizamos a comunidade e por ela fomos mobilizados.
Quebramos dormências, plantamos sementes não só no meio ambiente, mas no meio d`agente.
Fomos agentes, conscientes em ação. Fomos movimento, com reflexão
Cada um com seu jeito, com seu tempero e sua inspiração.
Companheiros, amigos, cumpadres… Em cada canto deixamos com eles uma indagação: “Quando vocês voltam aqui? Aquele pessoal veio aqui e me contou que a água volta, que a mata é ouro, que o fruto é renda, que o ar é nosso. Agora a gente sabe dar valor em tudo que nos rodeia, esse ambiente depende d`agente e a gente num vive sem ele…”
É o que o povo comenta!
Voltamos pra casa, nós agentes… Realizados, lembrando, cansados, com o carro cheio de barro e planos, com cheiro de fumaça, mãos e mentes férteis… Certos de mais um dia ter feito de sua lição uma missão.
Mariana Bulhões