CONAMA rejeita Moção sobre Economia Verde no Cerrado
O documento foi apresentado pela Ecodata e representa a participação da sociedade civil na construção de políticas públicas para o bioma
Em reunião realizada no último dia 22, a Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação (Ecodata) apresentou ao Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) uma Moção com indicações de propostas referentes ao tema Economia Verde no bioma Cerrado. O documento foi rejeitado por maioria de votos. Esta mesma moção foi aprovada pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente de Goiás (CEMAm – GO), em reunião realizada no dia 19 de dezembro do ano passado.
Constam na Moção indicações resultantes do “I Seminário sobre Economia Verde no Cerrado e III Seminário sobre Agroextrativismo no Cerrado”, encontro realizado pela Ecodata e pela Frente Parlamentar Ambientalista em novembro do ano passado. O evento reuniu sociedade civil organizada, autoridades políticas, técnicos, pesquisadores e empreendedores sociais no debate sobre a criação de um Marco Regulatório para o Cerrado e propostas relacionadas ao bioma para discussão na Conferência Rio+20.
O presidente do Conselho da Ecodata, Donizete Tokarski comenta que apresentar a Moção ao órgão de esfera federal teve como objetivo dar publicidade aos interesses dos envolvidos na elaboração do documento. “Os colegas do CONAMA não tiveram a sensibilidade de perceber a importância da manifestação política de centenas de pessoas que se reuniram para debater a Economia Verde no Cerrado”, afirma.
Donizete diz que a oportunidade era uma maneira de repercutir a vontade do grupo que esteve reunido durante os Seminários e lamenta a rejeição: “Infelizmente os colegas não compreenderam a manifestação. Não houve a receptividade por falta de percepção e de conhecimento dos problemas que o Cerrado enfrenta. Isto demonstra cada vez mais que ainda há um preconceito com relação ao Cerrado.”
A aprovação do documento pelo CONAMA significaria um ponto a favor junto ao Governo. Ignorando a rejeição, a Ecodata deve ir em frente com as indicações. “Queremos que o Cerrado tenha políticas públicas que cubram todo o bioma. As indicações e os trabalhos de mobilização das autoridades vão continuar. Foi isso que apresentamos e iremos dar continuidade”, afirma o presidente do conselho da Agência.